Nas feiras livres da Pompéia mulher bonita não paga (mas também não leva!)

Quem passeia pelas feiras livres de São Paulo nem imagina quanta história elas guardam. Elas fazem parte de uma das atividades comerciais mais antigas da cidade: há um registro oficial de 1687 liberando a venda de gêneros de terra, hortaliças e peixes no Terreiro da Misericórdia, que ficava ali no centro, entre as ruas Álvares Penteado e Direita.

Mas foi só em 1914 que a feira livre foi reconhecida pelo prefeito Washington Luiz P. de Souza. No ano seguinte, já existiam sete feiras em São Paulo e a partir de 1948 todo bairro ganhou pelo menos uma feira semanal.

Nos arredores da Avenida Pompéia também há sete feiras livres, que acontecem de terça-feira a sábado, das 6h, quando começa a montagem, às 14h. Nelas, sobra pastel e caldo de cana, mas faltam opções de alimentos orgânicos. Mesmo assim, as verduras, as frutas e os legumes são mais frescos, bonitos e baratos do que os encontrados em hortifrutis de supermercados, especialmente se você vai às compras no final das feiras livres.

Ah! E fique atento, pois as ruas onde as barracas são instaladas ficam fechadas e há um leve trânsito na região.

As Feiras da Pompéia e Região

A Prefeitura de São Paulo tem um site onde mapeia as feiras livres da cidade e a gente listou as que estão mais pertinho da Vila Pompéia. A partir deste mapa, definimos um roteiro e conferimos o que se encontra em cada uma.

As feiras de terça-feira

Rua Sepetiba

Na Rua Sepetiba, pertinho da Cerro Corá, fica a menor feira livre da região, com 22 barracas. Mesmo com menos opções, ela atende quem mora nos arredores com uma boa oferta de legumes e verduras, além das barracas de peixe fresco, mandioca e coco.

Rua Ministro de Godoi

Colada à PUC, a feira da Ministro é uma das gigantes. São 87 barracas espalhadas por dois quarteirões de extensão (entre as ruas Vanderlei e Bartira).

É uma feira com grande variedade de frutas e legumes, oferecidos por um grupo grande de comerciantes. É frequentada pelo pessoal do bairro e lota na hora do café da manhã e do almoço por estudantes universitários. Possui três barracas de pastel, entre elas a Kyoto, considerada por muitos como o melhor pastel de São Paulo.

Além disso tem barraca de frango, queijos, peixes e grãos, mas também quinquilharias para casa, ervas medicinais e até roupas. Muita gente recorre à feira da Ministro para consertar panelas, suportes e eletrodomésticos, em uma barraca que fica na equina da Rua Bartira. Por lá também se encontra amolador de facas, alicates e tesouras. O maior desafio dessa feira é não deixar que as laranjas, maçãs e limões saiam rolando pelas ladeiras.

As feiras de quarta-feira

Rua Cayowaa

Pertinho do metrô Vila Madalena, a feira livre da Cayowaa é a maior da região, com 116 barracas espalhadas entre as ruas Paracuê e Doutor Paulo Vieira. Sempre lotada, a feira é responsável por diminuir o número de vagas de estacionamento nas proximidades.

Pessoas de bairros vizinhos também costumam frequentá-la. Um dos grandes destaques é o pastel da Maria, que de tão famoso e premiado virou marca e presença confirmada em diversas feiras da cidade e lojas físicas. Mas a gente sabe, pastel de feira é muito mais gostoso e bem recheado.

Frutas, legumes e verduras fresquinhas, peixes e carnes – até mocotó – e preços baratinhos atraem os consumidores. A extensão das barracas também é fato destacável, principalmente entre as ruas Herculano e Doutor Paulo. Uma barraca com enorme variedade de temperos e até mesmo pães de forma ocupa grande parte da rua. Em uma das pontas, outra barraca com diversas opções para a casa também é disputada pelas pessoas.

Rua Tavares Bastos

A queridinha da Pompeia é a feira da Tavares Bastos. São 78 barracas espalhadas pela rua e uma simpatia só entre os feirantes e consumidores, a maioria morador do bairro. Quase todos se conhecem pelo nome e os gritos de promoção não param, principalmente depois do meio-dia, na tradicional hora da xepa.

Fica bem pertinho da avenida Pompeia, mas a simpatia atrai moradores até da Vila Romana, que caminham para aproveitar as ofertas. As opções de pastel e caldo de cana são excelentes e por preço mais baixo se comparados aos outros da região. Também possui barracas de roupas e as de frutas, com maçãs, laranjas, bananas, limões e muito mais, sempre fresquinhos.

Quinta-Feira

Rua Aimberé

A feira da Aimberé é outra para quem tem pernas fortes e, de preferência, um bom carrinho. Fica entre as subidas e descidas das Perdizes. É a segunda maior feira do pedaço, com 109 barracas que tomam as ruas Bartira, Vanderlei e Caiubi.

É ponto de encontro de moradores não só da Pompeia e das Perdizes, mas também do Pacaembu, que disputam os banquinhos do pastel da Lícia e as frutas, verduras e outros alimentos oferecidos com muito bom humor.

Sexta-Feira

Rua Ministro Ferreira Alves

Entre gritos de “tá barato!”, “vai acabar”, “é promoção”, a feira da Ministro é uma das mais agitadas da região com 81 bancas. Sua extensão, que vai desde a Cotoxó até a Caraíbas, tem público fiel em todas de funcionamento.

Pela manhã, ela é cheia de senhoras e senhores fazendo a compra da semana e também de trabalhadores que estão saindo de casa. Na hora do almoço, é comum enfrentar fila para comer pasteis. Lotada, ela traz uma enorme quantidade de barracas de frutas e verduras, além de uma floricultura com muitas opções.

Na esquina com a Tucuna há barracas com menos movimento, que é escolhida por quem não quer se arriscar pelas bancas mais concorridas.

Sábado

Rua Barão do Bananal

Para aqueles que tem uma vida agitada no meio da semana, a feira livre da rua Barão do Bananal é um trunfo. Lá tem de tudo: frutas, verduras e legumes, além das tradicionais bancas de reparos e peças para a casa.

São 64 barracas e nelas é comum observar crianças e adultos tomando um café da manhã diferente, assim como filhos acompanhando seus pais nas compras, o que mostra que a feira livre é também um passeio em família.