Quem mora pela região da Pompéia, Lapa e Perdizes já sabe: a queda de luz é um problema, principalmente na ocasião de chuvas mais fortes. Parece que basta dar uma chuva ou ventania e a luz já começa a piscar.
O problema é que por trás dessas quedas de luz está a avaria na rede elétrica que acaba, por fim, prejudicando o morador. E a gente foi tentar entender com a AES Eletropaulo, responsável pelo abastecimento de energia na cidade de São Paulo, o porquê de a região ser tão impactada por esse tipo de problema e o que está sendo feito para ser resolvido.
A empresa explica que no caso de fortes temporais, como o que presenciamos na cidade no último dia 16 de maio, a rede passa por danos maiores e o tempo para correção do problema acaba se alongando. Tempestades mais severas, que causam o derrubamento de árvores, alagamentos e congestionamentos, acabam dificultando mais a atuação.
O que está sendo feito para resolver o problema?
A AES Eletropaulo diz que tem investido em mais profissionais e substituição de parte da fiação. No orçamento de mais de R$ 500 milhões previsto para ações até 2017 em toda a cidade de São Paulo, está a substituição de cerca de 260 km de fiação elétrica antiga pelo spacer cable, uma rede mais resistente. Árvores próximas à fiação também representam riscos, e em 2016 mais de 500 mil delas ainda serão podadas.
O religamento da luz em caso de quedas está sendo, pouco a pouco, automatizado. Em vez de deslocar equipe até a área da falta de luz, a empresa poderá realizar o restabelecimento à distância. Hoje há 3 mil desses religadores automáticos em funcionamento e outros 3 mil devem ser instalados pela rede até o fim do ano.
Com isso, a empresa espera ter os seus profissionais de manutenção prontos para resolver outros problemas. Também estão sendo contratados mais 935 novos profissionais.
Outra solução para parte dos problemas seria o enterramento da fiação, a exemplo do que já foi feito na Avenida Paulista e em algumas outras ruas de São Paulo, como a Oscar Freire. O enterramento aumenta a segurança além de ter um impacto estético, mas dado o alto custo não pode ser feito com a velocidade.
A Eletropaulo se diz favorável ao modelo de fios subterrâneos, mas o atual modelo regulamentado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não permite que os fios sejam enterrados sem que se impacte o valor da tarifa apresentada ao consumidor. Ou seja, é provável que o sonho de uma Pompéia sem aqueles postes carregados de fios não seja visto por nós, ou talvez nem por nossos filhos.
O que você pode fazer em caso de quedas de luz?
Há diversas recomendações para ocasiões em que chuvas fortes e relâmpagos começam a interferir no abastecimento de energia elétrica. A mais importante delas é evitar riscos. Aquele papo de não tomar banho não é lenda. Segure a higiene pessoal um pouquinho até o abastecimento ter voltado ao normal caso o seu chuveiro seja elétrico: a água é uma boa condutora de eletricidade e você pode acabar tomando um choque.
Outra dica de ouro é desligar da tomada equipamentos elétricos e eletrônicos, principalmente se a luz estiver apenas piscando. “Equipamentos eletrônicos possuem dispositivos contra os chamados ‘surtos atmosféricos’ que interferem na rede elétrica, mas os produtos podem apresentar falhas, principalmente os mais antigos”, explicou a assessoria da AES Eletropaulo.
Mas, caso você não esteja em casa ou um equipamento apresente defeito que possa ser por culpa do problema de abastecimento, é possível pedir indenização.
Você precisará de um documento de identificação e preencher um formulário no site da empresa ou nas lojas de atendimento da AES Eletropaulo, informando data e horário provável da ocorrência que danificou seu equipamento, relato do problema apresentado pelo equipamento e informações que você é o titular da conta. Depois, é preciso esperar o prazo de resposta, ou seja, não vale solicitar ressarcimento e correr para uma assistência técnica antes de ouvir a resposta da empresa.
2 Comentários
Oi Rodrigo. Cara me mudei para a Rua Tucuna em abril de 2016 e toda vez que chove a luz w interrompida. Já fiquei preso no elevador pois o prédio não tem gerador. Temos que nos unir e cobrar mais ação da Eletropaulo não é? Isso é no mínimo ridículo. Basta cair uma chuva média que ficamos sem luz. Trabalho em casa e estou sendo prejudicado. Adoro o bairro mas se soubesse desse detalhe não teria me mudado.
Na Vila Romana, rua Catão, próximo da rua Marco Aurélio, a falta de luz é também muito constante. Basta pingar a primeira gota de chuva e, pronto, a luz acaba por 5, 8 ou 12 horas. É problema que se repete há décadas. A Eleropaulo presta o pior de todos os serviços básicos à população. Nada de investimento ou modernização. Problemas de 1980 ocorrendo ainda pior em 2018. Em contrapartida, a tarifa só aumenta. Cadê o Ministério Público para investigar e punir com rigor essa empresa farsante?