Na semana passada, em 30 de junho, a jornalista Adriana Marmo participou de uma fuga arriscada para evitar um assalto na Sumaré. “Estava me despedindo de uma amiga na porta de uma padaria, na esquina da avenida, quando três rapazes de bicicleta passaram e nos encararam na ciclovia. Esperei mais 40 minutos e subi com uma ciclista, expliquei a situação e fomos ligadas”, relata. Perto do viaduto Sumaré, Adriana avistou os três de tocaia do outro lado da rua. “Eles vieram com tudo para cima da gente. Entrei na Sumaré e desci a toda velocidade, na contramão e com um deles na minha cola.”
Para evitar o roubo de sua bike e outros pertences, a jornalista se arriscou entre os carros e ônibus até entrar em uma oficina e ligar para a polícia.
Ciclista e moradora do bairro, Adriana usa a bicicleta como meio de transporte há dois anos e passa cerca de quatro vezes por dia pela ciclovia da Sumaré para chegar ao trabalho e voltar para casa. “Nesse período sofri duas tentativas de assalto: essa na altura do viaduto e outra na rua João Moura”, lembra.
“Sempre leio os relatos de assalto na ciclovia da Sumaré que o ciclistas contam na página Bicicletada. Muitas histórias são sobre três rapazes que ficam com duas, às vezes três, bicicletas para assaltar por ali durante a tarde”, conta Adriana. Ela acredita se tratar do mesmo grupo que tentou assaltá-la no dia 30.
Quem também usa a ciclovia da Sumaré diariamente e já passou pelos três rapazes é Alê Silva, proprietário da academia Casa de Pedra, ali na Venâncio Aires. “Moro no Alto da Boa Vista, mas uso a bike para chegar ao trabalho todos os dias. No mesmo dia em que Adriana sofreu a tentativa de assalto, esses caras passaram por mim três vezes, até eu conseguir despistá-los, atravessando a Sumaré e pegando uma rua lateral”, acredita. “Eles estavam esperando o momento certo de dar o bote.”
Alê fica sempre atento por ali porque alguns de seus clientes já foram assaltados enquanto iam de bicicleta para a academia.
Mudar de caminho?
Tanto Adriana quanto Alê não mudarão o caminho que pegam todos os dias. “Só ficarei mais ligado”, garante o dono da Casa de Pedra. Adriana é mais enfática: “Acredito com muita convicção que se a gente ocupar as ruas há mais chances de a violência diminuir. A Sumaré é fundamental nos meus deslocamentos.”
O que a jornalista tem feito, especialmente à tarde quando os assaltantes têm agido por conta da ciclovia deserta, é esperar um ciclista e pedir “carona” para subirem juntos. Ela acionou a polícia, fez o Boletim de Ocorrência e entrou em contato com o Conselho Comunitário de Segurança Pública (Conseg) de Perdizes: “Fui informada de que o comandante da polícia militar que atua na área já está ciente dos casos. Me pediram paciência para esperar que a polícia vai agir.”
Adriana acha que uma ronda constante na ciclovia feita por policiais de bicicleta, como acontece na Avenida Paulista, inibiria a ação do grupo e de outros assaltantes. “Denunciar assaltos e tentativas também ajuda, porque alerta a polícia para um problema real”, explica. A outra solução, segundo a jornalista, é não ter medo: “vamos ocupar a nossa ciclovia. Sempre!”
Se você passar por situação semelhante, chame a polícia pelo 190 ou procure a 23ª Delegacia de Polícia, que atende a região. Ela fica na Rua Itapicuru, nº 80 e o telefone de lá é o (11) 3864-5265. Não deixe de fazer o BO, porque a polícia faz seu planejamento também de acordo com as denúncias. Em caso de roubos e furtos, o BO pode ser feito pela internet, pelo endereço: http://www.ssp.sp.gov.br/nbo/.
4 Comentários
Seria interessante dizer com precisão onde é que eles ficam de tocaia…
Tem que ter segurança , um carro de policia sempre por ali….
Moro perto da Avenida Sumaré e já vi, 2 vezes, três rapazes de bicicleta com atitude bem suspeita causando tumulto e fazendo manobras no meio dos carros no farol da João Ramalho com a Apiacás.
Grande chance de serem os mesmos.
Depois de algum tempo desta reportagem fui roubada no mesmo local esta semana. lamentável.