Há cerca de dois meses, a gente publicou uma matéria sobre as principais praças da Pompéia aqui no site, mas, durante a pesquisa para escrever o texto, outra praça nos chamou a atenção: a Raízes da Pompéia.
Ela fica naquele triângulo entre a Turiaçu, a Avenida Pompéia e a Francisco Matarazzo, onde até bem pouco tempo existiam sobrados, uma oficina mecânica, um posto de gasolina e lojas. Como o lugar era um dos pontos que mais alagava aqui no bairro, a Prefeitura de São Paulo desapropriou os nove estabelecimentos em 2011 e começou a demoli-los para construir uma praça.
A princípio, a área verde, inaugurada no começo de 2013, serviria para tentar diminuir as enchentes no local e absorver as águas das chuvas, mas ela não foi suficiente. De lá para cá aquela área passou por mais 15 inundações, que deixaram o ponto intransitável para carros e pessoas, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências de São Paulo.
Outra característica que deixa um ponto de interrogação na cabeça do morador do bairro é que ela é a única praça gradeada e sem entrada para o público. Para entrar na praça é preciso pedir a autorização da Associação Amigos de Vila Pompéia, responsável também por melhorias paisagísticas e manutenção do local com o dinheiro de alguns moradores.
A praça recebeu grades para evitar possíveis vandalismos e o acúmulo de lixo trazido pelas enchentes, mas agora elas servem para isolar o maquinário e parte das obras de aumento das galerias e escoamento do Córrego Água Preta. Por enquanto, nem com a autorização da Associação é possível entrar mais no local, já que a praça está sendo usada como apoio pela SPObras.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que assim que a praça for liberada, provavelmente em outubro, a ideia é tirar suas grades. Se ela ganhará bancos, equipamentos de ginástica, uma horta urbana ou algo do tipo ainda não se sabe, mas a Raízes da Pompéia será objeto de estudo da Subprefeitura da Lapa para melhorias.
Valor histórico da praça
Atualmente, a única atração da praça Raízes da Pompéia é uma estátua de bronze de três metros de altura do Conde Francisco Matarazzo, uma figura histórica importante do bairro. Foi por conta de suas indústrias que milhares de imigrantes italianos vieram morar aqui na Pompéia e na região.
O monumento foi feito em 1930 pelo artista italiano Giandomenico de Marchis e colocado na frente das Indústrias Reunidas Matarazzo, que ficava ali na Avenida Francisco Matarazzo, antigamente chamada de Avenida Água Branca.
Quando a fábrica faliu, em 1980, a estátua foi guardada e depois transferida para a Praça Sousa Aranha, em frente ao Shopping West Plaza.
Fazia todo o sentido que a obra de arte fosse transferida para a Praça Raízes da Pompéia, assim batizada por ser o local onde os operários das indústrias Matarazzo se reuniam depois do almoço. Lá eles descansavam e recebiam cartas dos familiares que haviam ficado na Europa. Por conta disso, o ponto ali era chamado de Largo da Saudade, segundo a advogada Maria Antonietta de Lima, também presidente da Associação de Amigos da Vila Pompéia.
A gente sempre pode opinar sobre o que quer para o bairro! Se você tem alguma ideia para a Praça Raízes da Pompéia, escreva ou ligue para a Subprefeitura da Lapa: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/lapa/.
Outra possibilidade é se cadastrar no mapa colaborativo dos planos regionais das subprefeituras e apresentar a sua proposta para a Pompéia: http://mapacolaborativo.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/planos-regionais/.
A plataforma Cidade Democrática também é uma ferramenta de participação política, mas mantida pela sociedade civil. Nela, você relata um problema, faz uma proposta e pensa em soluções coletivamente para onde vive: http://www.cidadedemocratica.org.br/.
1 comentário
Praça com grade é como dançar com a irmã: brochante